Tem menino no sinal, vendendo sonho barato,
Enquanto o rico passa olhando pro outro lado.
Na calçada do mundo, a fome faz morada,
E a indiferença é o muro que nunca acaba.
Tem gente que grita baixo, tem voz que ninguém escuta,
Mas o silêncio da rua é a verdade que assusta.
Se a justiça tem venda, quem vai enxergar?
Quem sofre no escuro, quem não pode falar?
Na calçada do mundo, eu ergo minha voz,
Pra cantar o que a vida calou entre nós.
Se o sistema é silêncio, minha viola é grito,
E o sertão da esperança nunca será extinto.
Eu canto pelos que dormem sem ter pão,
Pelos que lutam sozinhos contra a solidão.
Na calçada do mundo, minha canção vai ficar,
Enquanto houver injustiça, eu não vou me calar.
Meu pai sempre dizia
Menino seja gentil
Respeite as mulheres
Seja o cara mais sutil
Carregue as flores
Abra a porta do carro
E se ela chorar
Seja o ombro pra apoiar
Não tenha medo de amar
Meu Pai Me Ensinou
A Amar Mulheres De Forma Pura
Sem Criar Discórdia Caseira
É O Único Jeito da Relação Funcionar Sem Disfunções
É Necessário Ser Compreensivo
Em Uma Relação Saudável
Dizia para eu não ser machista
Não ser violento com a amada
Amar a todas com igualdade
Amar a todos com fraternidade
Então
Meu amigo
O amor foi meu abrigo
Meu Pai Me Ensinou
A Amar Mulheres De Forma Pura
Sem Criar Discórdia Caseira
É O Único Jeito da Relação Funcionar Sem Disfunções
É Necessário Ser Compreensivo
Em Uma Relação Saudável
Agora eu te conto um segredo
Eu nunca tive pai, foi mentira
Eu nunca aprendi nada
Era tudo falsidade
Lá no sertão onde o sol se esconde
Na curva do rio que a seca responde
Um olhar perdido no horizonte sem fim
Coração de areia
Poeira no chão
Mas teu sorriso é chuva na estação
Tutipá tutipé olho no mar olho no pé
Teu amor me leva onde a alma quer
Tutipá tutipé olho no mar olho no pé
É no sertão que o coração se entrega de fé
Tem lua cheia e o cheiro da terra
Um canto que ecoa e a saudade encerra
Tua voz suave
Melodia no ar
Coração de pedra vira algodão
Quando me perco na tua direção
Tutipá tutipé olho no mar olho no pé
Teu amor me leva onde a alma quer
Tutipá tutipé olho no mar olho no pé
É no sertão que o coração se entrega de fé
Eu vi no TikTok, parecia bonito,
um morango brilhando no palito.
Pensei em você na mesma hora,
“Ela vai amar, é isso que ela adora.”
Fui até a barraquinha na praça,
o cara enrolava no açúcar que nem vidro.
Olhei pro preço e quase desisti,
mas por você eu gastei — vinte e cinco.
Eu só queria amor,
um gesto puro de valor,
nada demais,
só provar o sabor.
Morango do amor, pra te impressionar,
Paguei vinte e cinco sem nem reclamar.
Morango do amor, brilhando na sua mão,
achei que compraria também teu coração.
Te encontrei na esquina, entreguei sorrindo,
você riu baixinho, parecia lindo.
Experimenta, é todo seu
E o morango você mordeu…
Eu só queria amor,
um gesto puro de valor,
mas quando mordeu
o mundo parou.
Morango do amor, mas tinha uma larva,
branca, nojenta, se mexendo na calda.
Você cuspiu e gritou: “acabou!”
Morango do terror, você acabou com a minha vida!
E o palito dourado caiu no chão,
junto com os restos da nossa paixão.
Dinheiro jogado fora,
Se eu soubesse teria apostado no tigrinho,
teria perdido 25 reais, mas não terminaria sozinho.
Era uma vez,
A era da escravidão digital,
Disfarçada de liberdade, discernimento e diversão,
Mas somos prisioneiros de toda essa computação.
Eu cresci no meio da gente, Leão da Galera, Galera do Leão.
Mas depois dessa pandemia era só eu, o quarto e o Violão.
Tive crises de euforia, ansiedade e depressão porque como não ficar desesperado tendo como sua maior diversão o reels do Instagram, apostar no tigrinho ou bolar uma erva duvidosa pra fugir de não sei o quê?
Ahh… a liberdade que parece irrecuperável…
Saudade de quando eu era criança, livre, desinibido, mal educado… Hoje eu não tenho mais esse direito…
Trabalhar, né?
Trabalhador…
TRABALHADOR do Zuckerberg,
Trabalhador,
Teu tédio é só a ponta do iceberg
Como a gente pode se encontrar?
Agora é tinder, não existe mais o bar,
Como a gente pode se amar?
Hoje não existe mais beijo,
A moda agora é digitar.
TRABALHADOR do Zuckerberg,
Trabalhador,
Teu tédio é só a ponta do iceberg,
TRABALHADOR DO TikTok!
Trabalhador,
Virou clique o que era toque…
Como você consegue ficar 9 horas por dia,
Nesse cárcere ancestral chamado tecnologia,
Como você consegue passar a vida procurando os seus motivos?
Se você trocou o teu espelho por todos esses dispositivos?
Somos prisioneiros da indústria da atenção,
8 segundos, é o que dura nossa concentração.
Inteligência, respiro artificial,
Dependência e ansiedade, crise existencial
TRABALHADOR do Zuckerberg,
Trabalhador,
Teu tédio é a ponta do iceberg,
TRABALHADOR DO TikTok!
Trabalhador,
Virou clique agora o que era toque…
Inteligência artificial,
Quer urgência e aventura,
Mas a internet não te cura,
dessa sua prisão mental.
Nasci em Sergipe, perdi a minha mãe e o meu pai,
Padrinho Pedrinho que me criou, aqui em Riachuelo.
Riachuelo, pedaço do meu chão…
Trabalhei na roça, plantei feijão,
levei coice de burro, quase quebrei a mão.
Na igreja cantei, coral me ensinou,
Um padre dormiu e o povo aplaudiu.
Com 15 anos fugi de casa,
Voltei no mesmo dia porque a estrada era rasa.
Beijei meu amigo, ‘que era só pra praticar,
ele riu nervoso e não quis mais comentar.
Vendi pamonha, já fui garçom,
já peguei carona em caminhão.
Comi jabuti sem querer no quintal,
disse que era galinha, Pedrinho passou mal.
Fiz prova no ENEM, dormi no portão,
errei meu CPF, perdi a inscrição.
Riachuelo, pedaço do meu chão,
me fez sofrer, me deu inspiração.
Riachuelo, que cidade linda,
Riachuelo, tu marcou a minha vida.
Toquei violão num bar em Betim,
uma moça jogou sutiã em mim.
Perdi chinelo num show de Calcinha Preta,
achei só a tira, joguei na gaveta.
Bebi cachaça na festa junina,
dancei quadrilha com a prima da prima.
Quase casei em Lagarto uma vez,
fugi da igreja, nunca mais voltei.
Cantei modão em Formiga-MG,
chorei de saudade, quase morri.
Já pesquei tilápia, já roubei jaca,
corri de cachorro, pulei uma cerca.
Riachuelo, pedaço do meu chão,
me fez sofrer, me deu inspiração.
Riachuelo, que cidade linda,
Riachuelo, tu marcou a minha vida.
Ganhei 50 reais em bingo de igreja,
gastei tudo em pastel e cerveja.
Peguei ônibus errado, fui parar em Aracaju,
pedi informação, mas ninguém me ouviu.
Em São Paulo morei num quartinho fudido,
cantei no metrô, fui vaiado e aplaudido.
Gravei “Música” e explodi na parada,
Apareci na TV, vó ficou emocionada.
Já fiz promessa, já quebrei promessa,
já chorei por amor, mas já escapei dessa.
Joguei bola em campo de terra,
já fui goleiro, mas que equipe ruim que só me ferra.
Riachuelo, pedaço do meu chão,
me fez sofrer, me deu inspiração.
Riachuelo, que cidade linda,
Riachuelo, tu marcou a minha vida.
Comi cuscuz seco, engasguei sozinho,
minha tia gritou: “bebe vinho!”.
Já fui assaltado duas vezes na feira,
uma roubou banana, a outra roubou minha carteira.
Nasci em Sergipe, no meio da poeira,
casa de barro, rede na esteira.
Perdi meus pais no asfalto molhado,
Pedrinho me criou no sítio afastado.
Toquei sanfona num São João,
o fogo queimou meu calção.
Beijei amigo só pra testar,
até hoje ele não quis comentar.
Riachuelo, pedaço do meu chão,
me fez sofrer, me deu inspiração.
Riachuelo, cidade sem igual,
tua poeira vive no meu quintal.
Namorei três primas sem querer,
elas descobriram e me botaram pra correr,
porque eu engravidei a Sofia, a filha da minha tia,
Lá em Riachuelo…
Riachuelo, pedaço do meu chão,
me fez sofrer, me deu inspiração.
Riachuelo, cidade sem igual,
tua poeira vive no meu quintal.
Riachuelo, pedaço do meu chão,
me fez sofrer, me deu inspiração.
Riachuelo, cidade sem igual,
tua poeira vive no meu quintal.